terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O Restaurador de Sonhos




















Eu estava correndo!
Sem limites! Sem barreiras!
Eu corria incessantemente!
Corria e carregava os meus sonhos nas mãos!

Eu corria pela vida!
Corria com meus sentimentos mais bonitos!
Corria enxergando o sol,
E sentindo o vento batendo nas ondas do meu rosto!

Eu corria a corrida da eternidade!
E foi quando pensei que poderia voar...
Tropecei em meus próprios pés
E caí no mais profundo silêncio.
Caí. No escuro e no frio. Na morte.

Caí e derrubei meus sonhos.
Vi todos quebrados em pequenos pedaços
Como criança tentei ajuntá-los,
Não consegui.

Catei os pequenos pedaços
E já não mais corria, mas me arrastava.
Então senti esperança em meio à dor,
Precisava encontrar dos sonhos, o Restaurador.

Pensamentos confusos invadiam minha mente.
Quando corria não o havia encontrado,
Muito menos agora, já que estou quase parado.

Arrastei-me até o abismo,
De lá quis me jogar.
E quando não tinha mais forças pra lutar,
O Restaurador veio me encontrar.

Na plenitude de minha corrida não o havia encontrado,
Mas no auge de minha dor Ele havia me achado.
Olhei em seus olhos de amor
E entreguei a Ele toda minha dor.

Segurei firme sua mão.
E contive minha respiração.
Senti seus braços me envolvendo
E simplesmente disse “Me rendo”.

Ele olhou de lado minhas mãos,
E viu os cacos de sonho que insistia em carregar.
Olhou meus olhos mais uma vez,
Pedindo em amor para tudo entregar.

Sem palavras me aproximei.
E em meu intimo me alegrei.
Entreguei a ele meu sonho quebrado,
E recebi das mãos dele, um novo sonho restaurado.

Então Ele escreveu palavras em meu coração,
Tocou meus lábios e me deu uma nova canção.
Abriu meus olhos e me fez ver.
Firmou meus joelhos pra de novo correr.

Lavou o meu corpo com perfume de amor.
Colocou sobre mim o manto de temor.
Deu-me uma coroa e me chamou Filho.

E além do horizonte eu vi um caminho,
E olhando em seus olhos eu sigo sorrindo.
Correndo pra encontrá-lo novamente,
E com Ele ficar eternamente.



Flávio Limas

Fim






















Eu te avistei de longe
Enxerguei teus olhos aflitos e com lágrimas.
Você corria como que em direção ao seu destino.
E em minhas mãos um pequeno bilhete.

Seus cabelos dançavam no ar.
Já podia o seu perfume respirar.
E em sua face uma lágrima a rolar.

As pessoas pareciam só ter olhos pra te ver.
E enquanto corria, pude contemplar o teu ser.
Correndo e desviando de tudo, sem prestar atenção em nada no mundo.

Foi quando pensei em gritar,
Que o meu coração insistiu em parar.
Palavras não saíram,
Expremi um gemido.

Queria poder te avisar
Que vinha um carro, e que não ia parar.
Então te vi caindo e sofrendo.
Senti o teu sangue em mim escorrendo.


Um grito enfim disparou.
Desespero, angústia e dor.
Olhei teus olhos pela última vez
E sua voz fraca que dizia “Só mais uma vez”.
O silêncio te levou.
E logo tudo mudou.
Meu amor pra longe se foi.
E nem ao menos pude lhe mostrar o bilhete.

Um pedido de amor,
Uma dádiva, um favor.
Um sonho, um começo.
O fim: um enterro.

Minha alma sangrou.
Minha voz se calou.
Meu amor me deixou.
Minha vida acabou.



Flávio Limas

sábado, 9 de janeiro de 2010

Escrevi teu nome nas estrelas.


















Eu não tenho sentido sem você.
Sem você estou perdido, perdido dentro de mim.
E tudo o que eu fizer daqui pra frente, farei sem você.
Por mais que eu queira, você não irá voltar.
O controle da minha vida eu te entreguei,
E logo em seguida te perdi.
Mas nas estrelas eu escrevi teu nome,
E elas me disseram que cuidaram de você.
Por favor, volte pra casa!
Eu quero te entregar a dor do meu coração.
O tempo passou e tudo o que era certo destruído foi.
Eu não quero viver do passado, mas ele vive dentro de mim.
Os sonhos que um dia sonhei hoje não fazem mais sentido,
Afinal não tenho você comigo.
Minha esperança se esvai com o tempo que te leva pra longe.
Não quero esquecer teu rosto.
Não quero esquecer teu nome.
Não quero perder teu brilho.
Eu quero ser teu homem, e te ter como mulher.
Eu vou gritar!
Eu vou lutar!
Vencerei o mundo!
Conquistarei os céus!
Pra contigo estar.
Pois sem você...
Nada faz sentido.
Tudo se faz nada.
Posso reiventar o mundo!
Posso erguer fronteiras!
Posso separar nações!
Mas sem você...
Nada faz sentido.
Tudo se faz nada.
Sem você eu estou perdido, perdido dentro de mim.
Mas não, eu não irei parar.
Não importa o que eu tenha de enfrentar.
Por você é viver ou morrer.
O mundo pode parar!
Os sonhos podem morrer
Mas meu amor por você,
Para sempre, sempre vai viver.
O meu maior desejo é te dar um último beijo.
Calar tua boca com amor.
E encher teu coração com minha dor.
Dar-te adeus e jamais.
Dar-te amor e nunca mais.
Olhar teus olhos pela última vez,
E esquecer que o infinito vai te levar.
Dance com as estrelas, pequenina.
Baile com a lua e brinque com o sol.
E quando quiser voltar, pela escuridão a te guiar...
Eu serei o teu farol.


Flávio Limas

sábado, 2 de janeiro de 2010

Vivo vivendo a vida.





















Vivo arrancando essa dor.
Mas ela insiste em estar aqui.
As vezes tento não chorar.
Mas os pensamentos voltam a gritar.

Vivo sonhando acordar.
Como se o pesadelo pudesse acabar.
Mas ando irritado e triste.
Mesmo assim insisto em estar aqui.

Vivo acreditando, não me pergunte no que.
Acredito na vida e no porque.
Acredito na esperança e no amor.
Mesmo que nunca os tenha visto ou sentido.

Vivo vivendo a vida.
Mas gostaria que ela deixasse de viver em mim.
Vivo uma busca incessante,
Vivo em busca de mim.

Vivo pensando em você.
Mas morro por você não pensar em mim.
Outrora vivia a procura do amor.
Mas agora espero ele me encontrar.


Flávio Limas