sábado, 28 de agosto de 2010

Verdades do silêncio

























Estou vivo e perdido nos meus livros,
Recompondo-me de cada palavra escrita, com cuidado.
Desintegro-me totalmente ao ler amor e me sentir só.
Perco-me nas páginas amareladas de minha existência
Diluindo-me como pó ao encontrar teu nome.
Estou perdendo minha vida por tanto querer viver,
E perdendo você por tanto te querer.
Olhando além do espelho enxergo-me do avesso,
Montando o quebra cabeça escondido e por muitos esquecido.
Montando-me a mim.
Dois pra direita, feito criança.
Dois pra esquerda, perdi-me nessa dança.
Entendo-me como nunca quando estou comigo,
Acho-me transparente ao me ouvir.
Desperto no escuro sozinho sem alguém pra quem sorrir.
Continuo carregando os meus problemas.
Carregando os meus medos.
Carregando minha culpa.
Ainda carregando a mim mesmo.
Bom dia, digo a mim.
Bom dia, responde o meu fim.


Flávio Limas

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Além do amor






















Algumas coisas quero ainda experimentar
Tipo de manhã, contigo acordar.
Olhar para ti com meus olhos de amor.
Dar-te um beijo, deleitar-me em nosso amor.

Ainda na cama achar-te linda.
Dizer-te que és minha vida.
Acariciar teus longos cabelos,
Deitar-te em meu peito.

Perder-me novamente na doçura dos teus lábios.
A sensação me envolve.
Te toco e me perco, perco-me dentro de ti.
Quero ficar assim para sempre.

Quando isso acontece, deixo tudo pra trás.
Volto a olhar-te e não vou deixar-te.
Entrego-me novamente aos seus lindos braços.
Me envolve. Ma atrai. Me dorme. Me aquece.

Flávio Limas

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Fariseu















Meu coração fariseu te condena.
Te ama, te aplaude, encena.
Diz-te amar com os lábios
Mas te traí no coração.

Meu coração fariseu é rigor.
Atenta para o pecado sem nenhum temor.
Odeia a graça e adora a lei.
Despreza o mestre e procura um rei.

Meu coração fariseu é engano.
Critica Teus sonhos, minimiza os Teus planos.
Cospe em Tua face.
Meu coração é humano.

Flávio Limas

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Desconjuro-te
















Deixa-me ser ninguém sozinho.

Não quero mais te procurar nem ao menos te encontrar.
Deixa-me ir pra longe de mim onde eu possa me calar.
Desistir de viver é a melhor opção pra mim.
Essa dor aumenta dentro do peito,
Ela é tão grande eu me sinto tão imperfeito.
Minhas defesas atacam continuamente;
Eu grito pela minha vida!
Eu luto sozinho diante da frustração!
Odeio a dependência.
Desprezo a existência.
Desconjuro toda a criação.
Enfio facas em mim!
Amarro-me ao fim.
Entrego-me enfim.
Odeio-me. Enojo-me. Envergonho-me. Humilho-me.
Por acreditar nas palavras.
Por acreditar em meu coração.
Por desprezar os olhos da fúria.
Que frio. Que dor.
Que vida. Cadê o amor?
Arrependo-me por nascer.



Flávio Limas