domingo, 24 de outubro de 2010

A dor que chega aos céus




















Aquele sentimento de novo
Aquela emoção vazia
Aquele mal estar de estar só.

Perdido entre os seres, escondido dos sonhos
Sem razão de viver.
Onde encontrarei o meu ser?

Não há a outra metade de mim?
Os planos traçados foram enfim apagados.
Sentimento doente, razão indiferente.
Dor inerte, sem sentido, de mim verte.

Pra onde fugir de sí mesmo?
Aonde lançar todo peso?
O que fazer pra ser enfim?

Que os céus ouçam minha oração:
Deixem-me só!
Aos gritos exclamo:
Deixem-me só!

Logo ei de não existir.
Logo ei de cair.
Enfim ei de fugir de tudo e todos, de mim.



Flávio Limas

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ainda que tudo acabe

















Estou sempre aqui, e aqui eu vou ficar.
Não tenho medo de existir
Tenho medo de te deixar.
Deixar com que se vá pra longe, e que não volte.

Tenho medo dos meus monstros, dos meus sonhos.
Medo do presente, do agora e do amanhã que tanto demora.
Escuro e frio, dentro e pra cima, do lado de um rio.
Sem vida, amor, sonhos calor.

Onde eu me abandonei?
Onde será que eu me perdi de mim?
Quando será que eu sonhei?
E agora, onde está o meu fim?

Já não posso lutar!
Já não posso existir!
Permita-me fugir pra longe de mim!

Sei que os sonhos foram doces.
Mas minha vida não é feita de flores.
Chegue mais perto, mais perto de mim,
Encoste seus ouvidos em meu coração
Ouve? Este é o início do meu fim.




Flávio Limas

domingo, 17 de outubro de 2010

Não abrirei mão de mim

























Eu não vou deixar os meus sonhos de lado por você.
Não posso pisar nos meus sentimentos porque você quer.
Não deixarei de lutar por mim, mesmo que sofra.
Por mais dor que eu sinta, não deixarei de viver.

Teus olhos frios me vasculham a alma.
Procuram em vão pela calma,
Devoram meu coração leproso.
Deixam-me aflito e nervoso.

No profundo da alma eu mergulharei
Farei possível o que antes sonhei.
Já não mais acreditarei em palavras
Que as minhas ações falem por mim.


Flávio Limas

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Perder-te















Se pra você não existe perda,
hoje me preparei pra te perder.
Hoje acordei com a sensação do adeus,
E com a fome de atenção gritando em mim.
Começei meu dia querendo o seu fim.

Fechei os olhos ao sentir o vento bater em meu rosto,
Parti em silêncio pra perto de ti.
Mesmo que não me veja ao seu lado
Sempre consigo te ouvir sorrir.

Minha fidelidade entristece.
Envergonha meus olhos, meu coração desfalece.
Meu coração te irrita
Perto de mim, sua alma se agita.

Que posso fazer pra me fazer notar?
Quem sou eu pra te fazer acreditar?
Não foi Deus quem me fez assim?
Então porque você está longe de mim?

Suas palavras não posso entender.
Minhas feridas sangrarão até eu morrer.
Não sei quem de nós esta certo enfim.
Sei que estou farto e ansioso pro fim.


Flávio Limas