Sigo andando entre trapos e pedaços.
Sigo no escuro o caminho, o meu rumo.
Sigo tremendo e com os pés doendo.
Sigo sangrando, deixando rastros. Gritando.
Sigo sozinho arrancando os espinhos.
Sigo lembrando, divagando em memórias.
Sigo pedindo, ‘por favor, que seja este o caminho’.
Sigo sorrindo, não há mais lágrimas a chorar.
Sigo carregando os seus problemas.
Carregando os seus medos.
Carregando a sua culpa.
Sigo carregando a mim mesmo.
Sigo ouvindo os xingamentos que eram teus.
Sigo lembrando do teu rosto a sorrir.
Sigo pensando em tudo o que está por vir.
Sigo vencendo para te fazer vencer.
Sigo perdoando o pecado de Adão.
Sigo perdoando o pecado de Eva.
Sigo perdoando os pecados que eram teus.
Sigo amarrado em correntes, àquelas que outrora te prendiam.
Sigo a morte por amor.
Sigo com alegria e ao mesmo tempo com dor.
Sigo sentindo meu coração aos poucos parar.
Sigo carregando a cruz que fiz minha. Você não iria aguentar.
Sigo uma estrada torta.
Feita de pedras, quase morta.
Sigo em direção ao altar,
Onde eu poderei me lançar.
Fazendo o sacrifício de tudo.
Lavando as pedras com as dores do mundo.
Escorrendo o sangue meu,
Para libertar os filhos de Deus.
Mas ao terceiro dia, Ei de ressucitar.
Flávio Limas