segunda-feira, 29 de março de 2010

Desaparecendo aos poucos




















Eu não te conheço,
Mas eu te desejo.
E é ainda mais que isto
As suas palavras recaem sobre mim.
Elas sempre me enganam,
E eu já não consigo reagir
Fazemos parte de um jogo que nunca acaba.
E estamos destinados a jogar sozinhos.

Pegue os remos deste barco que está quase afundando,
Mostre-nos o caminho de casa.
Nós ainda temos tempo.
Eleve a sua voz esperançosa, você tem uma escolha a fazer.

Abra seus olhos lentamente,
e veja os olhos que te conhecem.
Nós não podemos voltar.
Somos um agora, me pegue e me apague.
As lutas me pintam de preto,
Nós temos sofrido bastante
E lutado contra nós mesmos.
Mas já é hora de vencer.


Pegue os remos deste barco que está quase afundando,
Mostre-nos o caminho de casa.
Nós ainda temos tempo.
Eleve a sua voz esperançosa, você tem uma escolha a fazer.
Abra os olhos lentamente, cante a sua melodia
Eu cantarei junto com você.
Enquanto os nossos olhos se fecham no silêncio.



Flávio Limas by "Falling Slowly" ONCE

terça-feira, 9 de março de 2010

Quadras e esquinas















Um menino nasceu,
E com ele uma dor.
A rejeição para sempre o marcou
E a sua vida, de forma eterna mudou.

Em seus olhos que outrora eram de amor,
Agora só se vêem o vazio e o rancor.
O coração que um dia de alegria pulou,
Desfalece aos poucos com medo e temor.

Sua primeira palavra ele não soube falar;
Tantas coisas ele podia expressar;
Papai, mamãe, “papá”
Mas preferiu deixar o silêncio explicar.

Sua boca nunca se abriu,
E o amor ele nunca sentiu.
Sua lepra logo todo o corpo tomou,
E suas feridas ele mesmo aumentou.

Mas a vida tem quadras e esquinas,
Ela faz curvas e dá voltas.
Lançou-o na mais profunda escuridão,
Para que uma luz pudesse enxergar.

Viu de longe braços de amor.
Segurança? Respeito? Carinho?Amor?
Atônito, simplesmente esperou.
Aqueles braços o envolveram,
E em seus ombros ele se encostou.

Um perfume singular,
Palavras soltas pelo ar.
Lágrimas rolando e pingando no chão.
Enfim, chegou o fim da rejeição.

De repente um beijo lhe toca a face,
O silêncio mais uma vez é quem fala.
As palavras não saberiam expressar,
Portanto cabe aos olhos demonstrar.

Sensação envolvente,
Curou uma alma doente.
A vida não soube explicar.
A morte não pode evitar.

O seu sonho, realidade tornou;
Descobriu o amor e a ele se entregou.
Olhou os olhos do seu Pai,
Que em sua face um sorriso pintou.



Flávio Limas