Logo vem a esperança.

Viver a vida cansado não é viver.
Isso se chama sobreviver.
E a sobrevivência é baseada em solidão.

E a solidão se deve ao cansaço.
Estou cansado de tudo e todos.
Cansado de tentar viver,
E cansado de sobreviver.

Fraco, pobre, cansado e nu.
Filho, amado, testado e aprovado.
Distante, vago, triste e infiel.
Querido, aplaudido, imitado e amigo.

Minhas limitações batem a porta do meu coração,
Devo abri-la?
Minha sorte é lançada ao vento,
Devo buscá-la?

Meus olhos vazios e brilhantes,
Aguardam a esperança que vem.
Em breve vem à esperança que trás a vida.

Enquanto isso sentado estou na beira da praia,
Olhando as ondas batendo nas pedras,
Sentindo o vento batendo nas ondas do meu rosto,
Olhando a lua a olhar pra mim.

Contando estrelas pra esquecer-se da vida,
Cantando a angústia que exala do meu coração.
Caminhando os olhos além do infinito.
Vago e aflito.

Caminhando na praia da vida
Sinto o vento do destino levando meus sonhos.
Minhas esperanças limitadas e simples
Sendo vomitadas pelas entranhas da alma.

Gritando desesperadamente!
Alguém pode me ouvir?
Eu prometi viver, prometi nunca desistir.
Mas estou só, simplesmente só.

Te amo, não largue as minhas mãos,
Não quero congelar no frio do meu coração.
Lá estão os sonhos, os planos, as promessas e a vida.

Este é o momento de bradar à hora da vida.
Levanto-me para caminhar novamente.
E quando de joelhos estiver,
Na beira da praia a chorar,
Vago e aflito...

O tempo passando diante de mim.
A alma sendo lavada pelas dores da existência,
Carregando fardos invencíveis.
Fecharei os olhos, pois sinto no meu coração.

Logo vem a esperança.

Flávio Limas